sábado, 29 de julho de 2017

Lei de Biot-Savart

Antes de introduzirmos a lei de Biot-Savart, temos que fazer uma breve revisão sobre as propriedades de um campo magnético. Existem duas propriedades que servem como base para a compreensão do conceito e estas são que quando uma corrente flui em um fio, um campo magnético é gerado em todos os pontos ao seu redor e que em cada um desses pontos o campo é um vetor. Portanto ele possui tanto um modulo, denominado de intensidade de campo magnético B, quanto uma orientação. Essa intensidade pode ser calculada com o auxílio da lei de Biot-Savart.

A lei na verdade foi criada com o intuito de calcular o campo magnético gerado a partir de cargas em movimento, ou seja, inicialmente a lei foi utilizada para a análise de cargas puntiformes. Entretanto, existe uma versão da lei em que é possível calcular o campo gerado por uma corrente. Esta versão foi obtida a partir do uso da própria lei em conjunto com o princípio da superposição.


Sendo assim, temos que a intensidade do campo magnético em uma espira poderá ser calculada a partir da seguinte equação:
Onde μ༚ é a permeabilidade magnética no vácuo, i é a corrente que passa pela espira e R é o raio da espira. Do mesmo modo, temos que a intensidade do campo magnético em uma solenoide poderá ser calculada a partir da seguinte equação:
Onde N é o número de espiras, l é o comprimento da solenoide, i é a corrente que passa no solenoide e n é o número de espiras por uma unidade de comprimento. Entretanto, tanto no cálculo em espiras, quanto em solenoides essa equação irá sofrer uma alteração caso um núcleo ferromagnético seja inserido na análise do sistema. Isso ocorre porque esse núcleo irá intensificar o campo em regiões próximas. Portanto, para um caso mais geral, utilizaremos a permeabilidade absoluta no lugar da permeabilidade no vácuo. Essa nova permeabilidade pode ser encontrada utilizando a seguinte equação:
Onde o μr é a permeabilidade relativa do material inserido no meio e o seu valor pode ser obtido em uma tabela confiável.

No projeto, nós iremos utilizar a lei de Biot-Savart de uma forma direta para calcular tanto a intensidade do campo magnético gerado pelo conjunto da solenoide com o núcleo ferromagnético quanto a intensidade do campo magnético induzido nos anéis. Para o cálculo, nós aplicaremos de uma forma direta as equações que foram abordadas anteriormente.

Entretanto, para encontrar o valor da intensidade, será necessário encontrar previamente outras variáveis como a corrente que passará pela solenoide, o número de espiras por uma unidade de comprimento e a corrente induzida nos anéis. Note que não mencionamos a permeabilidade absoluta em cada caso, pois esse dado é uma constante e pode ser adquirido em uma tabela de confiança, como dito anteriormente. Portanto, tendo os valores dessas variáveis, é possível encontrar ambos os campos magnéticos presentes no projeto.


Referências:

NUSSENZVEIG, H. M. Curso de física básica: Eletromagnetismo. 1ª Edição. São Paulo: Blucher, 1997. v.3.

SADIKU, M. N. O. Elementos de eletromagnetismo. 5ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2012. 704 p.

KNIGHT, R. D. Física: Uma abordagem estratégica. 2ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2009. v.3.

HALLIDAY, D. Fundamentos de física: Eletromagnetismo. 9ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v.3.


Publicado por: Bruno Corrêa Arvan

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Lei de Joule

James Prescott Joule nasceu em dezembro de 1818, em Salford, Inglaterra e sempre manifestou interesse pelas máquinas e pela Física. Joule teve contato com grandes físicos como John Dalton que o ensinaram ciências e matemática.

Fonte:

http://www.nndb.com/people/275/000049128/
Joule estudou a natureza da corrente elétrica. Após inúmeros experimentos ele descobriu que, quando um condutor é aquecido ao ser percorrido por uma corrente elétrica, ocorre uma transformação de energia elétrica em energia térmica. Este fenômeno é conhecido como Efeito Joule em sua homenagem.

A energia cinética dos elétrons é dissipada através de colisões com os íons da rede metálica (atrito em nível atômico). Parte dessa energia cinética é transferida para o átomo do metal, o que aumenta seu estado de agitação e, consequentemente, sua temperatura. Assim, a energia elétrica é transformada em energia térmica.

Supondo que a distância média entre duas colisões é d, a força elétrica F=q.E exercida sobre a carga q realiza um trabalho quando empurra essa carga ao longo dessa distância d, onde E é a intensidade do campo elétrico gerado por essa carga. Dessa forma, podemos expressar o trabalho W, em função da variação de distância Δs, da seguinte maneira:



O teorema da energia cinética diz que o trabalho da força resultante é medido pela variação da energia cinética. Logo, essa energia cinética é transferida para o material quando a carga  colide com um átomo deste material, causando um aumento de energia. Como as colisões ocorrem com frequência ao longo de um resistor de comprimento L, a energia total que esta carga transfere enquanto percorre essa distância é:

Podemos relacionar a intensidade de campo elétrico  e a diferença de potencial  entre linhas equipotenciais da seguinte forma:

Com isso, ao percorrer um resistor, cada carga  transfere uma quantidade de energia para a rede metálica igual a:


A taxa segundo a qual essa energia é transferida da corrente para o resistor é:


Essa potência, em Joules/segundo, é dissipada pelo resistor enquanto a carga flui através do mesmo. Como ΔU=R.i, pode-se obter:


Caso a corrente não seja constante em relação ao tempo, esse calor gerado será dado por:


O Efeito Joule está altamente associado ao Anel de Thomson, visto que o fio de cobre utilizado para fazer a bobina tem uma determinada resistividade e será percorrido por uma corrente 220V alternada.
Por meio das expressões aqui explícitas, é possível concluir que a energia dissipada será:


Essa energia é muito importante para o funcionamento do Anel de Thomson, isso porquê o cobre tem ponto de fusão de 1085°C. Para um perfeito funcionamento do Anel de Thomson, a energia dissipada pelo efeito joule deve ser inferior ao necessário para a fusão do cobre, e isso pode ser calculado pela expressão acima representada. 


Referências:

HALLIDAY, David; RESNIK, Robert; KRANE, Denneth S. Física 3. 4ª Edição. Rio de Janeiro, LTC,
2004.

KNIGHT, R. D. Física: Uma abordagem estratégica. Volume 3. 2ª Edição. Porto Alegre,
Bookman, 2009.

SILVEIRA, Fernando Lang. A qualitative explanation for “Thomson’s ring” experiment. How
does the “magnetic levitation” happen?. Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 25, no. 1,
Março, 2003.
 

Publicado por: Stephanie Rocha